sábado, 28 de junho de 2008

Poder.

O leão é o rei, mas as hienas são o parlamento.

sexta-feira, 27 de junho de 2008

I

13/02/07



Acorda sobressaltada. Que horas serão? Ela não sabe. Sabe apenas que aquilo não deveria estar acontecendo. Por que tudo tem que ser assim? Na noite anterior, jurou tentar esquecer e não se importar com mais nada. Mas não consegue. Seu pequeno coraçãozinho fica cada vez mais apertado ao pensar que ajudou a tornar alguém infeliz. E esse alguém é ela mesma. Ela finge que não é nada, esconde no mais profundo de sua mente. Esconde aquilo que parece transbordar. Aquilo que parece ser apenas algo passageiro, ocupa sua mente em todos os momentos. Não consegue pensar em mais nada. Toma uma decisão: vai acabar com aquilo de vez. Veste-se e sai. Mas ao chegar em seu destino, percebe que é tarde demais. Alguém já fez o que ela deveria ter feito há tempos. Desiludida, volta cabisbaixa para casa, e promete que nunca, nunca voltará a amar.

domingo, 22 de junho de 2008

Saiu.

Ainda é cedo para os que sofrem de insônia, mas para mim, uma pobre mortal com um sono extraordinariamente exagerado, parece que a madrugada já vai alta. Meus peixes levitam ali, tão pacatos,parece que viver em seu feliz aquário lhes basta.
Eu não sou um peixinho.
A janela, sempre ameaçadora, me faz relembrar temores que até hoje guardo comigo, certas visões que acho impossíveis de serem esquecidas. Aqueles pequenos-grandes traumas que me fazem, antes de dormir, acender a pequena luzinha e conferir se não tem ninguém me olhando.
Meu coração, do tamanho de minha mão fechada, aqui, batendo apressado. Eu, buscando alguma coisa que prenda minha atenção. Ou melhor, que desvie minha atenção de coisas as quais prefiro esquecer, e que fazem meu coração acelerar abruptamente, enquanto eu me convenço de que "é só bobagem, sua tonta".
Meus olhos estão começando a pesar.
("Eu queria tanto, tanto, falar para você aquilo que sinto, mas parece ser tudo em vão, que insensatez. Quisera eu ter o dom de em sonho te fazer enxergar aquilo que apenas eu vejo.")
É estranho quando a gente pensa que certas coisas jamais podem acontecer com a gente. Tão acostumados a fazer certas coisas, ter certas atitudes e acabamos descobrindo que um dia alguém fará conosco o que tanto fazemos aos outros. Descobrem em nossa força nossa maior fraqueza, e parecem abusar dela. Tantas vezes isso parecia divertido e agora não é mais.
O vento frio que vem do condicionador de ar começa a deixar meus pés gelados, e eu me recuso a calçar meias.
Meus olhos estão quase molhados. Quase, mas não estão. Nem ficarão. Mas há certas coisas boas que deveriam ocorrer e não ocorrem, por que? Nem pude ter sequer a chance de tentar ser um pouco mais feliz.
Esse cheiro de perfume de bebê está começando a me enjoar.
Começo a entender que não nasci pra ter insônia. Meus olhos quase molhados agora estão também quase fechados, mas me recuso a dormir. Não, não quero ter aquele mesmo sonho. Me recuso a acreditar que ao acordar tudo vai estar diferente, porque sei que não vai. Aliás, sinto-me confusa, porque acredito, não quero acreditar, não acredito, e algo dentro de mim diz que creio.

Raios, desliguei os fones.

sábado, 21 de junho de 2008

Cinco minutos

Corria, corria, parecia jamais chegar. Ia sem rumo, não aquilo não. Sentia o sal da fragilidade tocar os lábios, enquanto seus olhos a enganavam, com seus cabelos atrapalhando a visão, que visão?, aquilo já não mais importava. O poder que os cinco minutos tinham, podiam destruir uma vida.


O sol estava ali, como sempre, seu brilho de escárnio, como se a vida sempre fosse bela. Bem, para ela, realmente era um belo dia. Sem contratempos, fez tudo como sempre: distribuiu bons dias, sorriu, foi gentil, comprou aqueles pãezinhos que a faziam tão bem. Caminhou despreocupada, sentindo a brisa a acariciar o rosto, ouvindo o som da vida, no andar, na respiração, no ritmo frenético do tempo.
Era bela, longos cabelos, aquele volume gracioso, e olhos, ah, doces olhos escuros, olhos atentos, assustados, observadores. 'Minha Marília', ele a chamava. Tinha a expressão de constante vigilância, parecia atenta a tudo. Ah, tão bela.
Como de costume, ficou a passear pelas ruas naquela hora que tanto a agradava. Os pés tocavam as folhas, grama, pequenina, frágil, olha, até flores ali. Tão despreocupada, tão leve.
Sentou. Começou a apreciar os transeuntes, pareciam personagens de uma história só dela. Ele pediu para que o esperasse. Era isso o que fazia, esperar.

Olha, é ele. Tudo tão rápido, não!, aquele carro vermelho, vermelho, gritos, meu amor!, acabou-se, ajuda, olhares, ela correu para seus braços, tarde demais, tão tarde, tarde. Vermelho como o carro, o céu refletia em seus olhos, olhos profundamente verdes.
O choque. Não não era, não podia. Enfim, seu dia, seu mundo, sua vida pareceu parar naquele momento. Pôs-se a correr, correr sem rumo, ah, sentia as lágrimas.

sábado, 14 de junho de 2008

Olhos seus

Olhos profundos, verdes, tristes, doces. Docemente tristes. Tristeza para mim desconhecida. Seriam seus olhos tristes como os de Romeu?
Tristeza que me invade, que me toma. Me toma como as águas do mar tomam os pulmões de alguém que se afoga. Águas verdes, mares verdes, águas mares, mares olhos, olhos verdes, olhos água, olhos seus.
Afogada em seus mares, suas águas, seus verdes, seus olhos. Morrer no mar torna-se doce, nas suas ondas verdes. E eu acredito na canção do baiano poeta.

Sábado 14

Todo mundo tem aquelas supertições e afins com a sexta-feira 13, mas o dia realmente 'cavernoso' é o sábado 14. Por que? Porque é no sábado que tudo acontece (ou não). Ora, porque sábado é sábado, dia de não fazer nada, feito para ficar só vegetando e borboleteando por aí. Dia de dormir, dia de sair, dia de ler, dia de ouvir, dia de sentir, dia de ser. Nas 24 horas do sábado parece que tudo tem uma certa magia (é?), ou algo do gênero. Nos sábados nos reunimos com os amigos para aquele velho ritual de jogar conversa pelos ares. Ou então nos reunimos conosco, para refletir sobre qualquer coisa.
Aqui expresso (in)formalmente minha revolta e minha dó pelo pobre sábado 14. Por que só as sextas-feiras 13 são legais, hã? Será que o pobre sábado não merece sequer uma pequena supertição como 'não comer arroz com babatas', 'não passar na frente de uma vitrine usando azul' ou algo assim? Sei que as sextas têm todo aquele histórico, sem contar as mil e uma utilidades do 13, número místico e não-sei-o-quê (não me refiro ao Zagalo, por favor), mas pôxa, E O SÁBADO 14?

Tal dia transcendental só perde para o tedioso domingo 15, diga-se de passagem.

sexta-feira, 13 de junho de 2008

Nota

Soltem seus gatos pretos.

terça-feira, 10 de junho de 2008

O que esconde

Ela era apenas a garota a caminhar, com seu olhar distante, a mente vagando por universos desconhecidos.

sábado, 7 de junho de 2008

O mundo. Ou mais.

Certas coisas realmente nos fazem pensar sobre quem fomos, somos e seremos. Sobre as decisões que tomamos e como elas podem afetar a nossa vida (um erro que pode fazer tudo ir pelos ares).
Adoro ouvir coisas que me inspirem e que me façam refletir sobre o que eu ando fazendo sobre o meu futuro. Ao ouvir dizerem que seremos grandes, que nos realizaremos e que faremos do mundo um lugar melhor (na medida do possível, claro), eu me sinto impulsionada a realmente fazer algo. Isso pode até soar meio démodé, mas é verdade. Posso não saber fazer nada, mas acho sonhar com coisas aparentemente impossíveis é algo que amo. Porque o prazer do que parece inalcançável me fascina, me faz querer ser sempre a melhor em tudo.
Vejo aquelas pessoas que foram grandes, que ajudaram alguém, que sempre sonharam, foram vanguardistas, apostaram em algo que ninguém jamais acreditou. Acima de tudo, apostaram em si mesmas, quando muitos (ou todos) já haviam desistido delas. E, contra todas as adversidades, conseguiram se mostrar capazes. Não sei se seria demais sonhar com isso, em ser alguém assim. Provar para muitos (e até para mim mesma) que eu posso, sim, fazer a diferença, de qualquer maneira. Ser admirada por alguém e fazer as pessoas sentirem o que sinto hoje ao ver fotos de grandes pessoas.
Não mentirei: quero, sim, ser admirada, e sei que não é fácil. Mas sei que sou do tamanho daquilo que sonho, que quero, que acredito. Pensar e trabalhar para conseguir alcançar objetivos. Mas o mais importante é ter objetivos.
Ser vista não como só mais uma entre tantas, mas sim como aquela que é entre tantas alguém. Alguém de quem possam se orgulhar. Alguém de quem eu possa me orgulhar.
Um dia me disseram que ser importante não é apenas ser lembrado por anos após sua morte, ser imortalizado em livros ou coisas assim. Fazer algo importante para alguém, e se tornar importante para ela pode fazer com que você se torne "imortal", mesmo que por alguns instantes. Talvez seu nome seja menos importante que suas ações.
Enquanto isso, cá estou a borboletear sobre quem posso vir a ser, o que posso vir a fazer (e confesso que ao imaginar alguém me chamando de 'Doutora Morais' tremo da cabeça aos pés). Porque 'o mundo é feito de idéias'. E o mundo é meu.

quarta-feira, 4 de junho de 2008

Fatos, fatos, fatos.

O que leva pessoas a viverem de bem com a vida (ou pelo menos mostrar que vivem)?
(Não) sou observadora, mas às vezes as coisas são, digamos, impossíveis de ser ignoradas. Era um homem gordo, na faixa de trinta anos, porte não atlético. Usava um vestido floral. Sim, um vestido! Além disso, meias coloridas (uma branca e uma preta), sandálias, um colar de conchinhas e outro com um grande coração verde. Ao entrar no ônibus, falava alto e gesticulava bastante. Dizia 'olá' para todos os passageiros, contava piadinhas e era muito simpático.
De repente, começou a distribuir cartões contendo um pequeno texto cada. Fiquei a pensar o que o motiva a fazer isso. Por dia, estar em diversos ônibus (o que, diga-se de passagem, é detestável), sorrir por mais que esteja triste ou vestir-se de maneira ridícula em prol de uma causa (que, de fato, é muito admirável).
E eu, sentada, observando as pessoas ao meu redor rindo de pequenas piadinhas. Olhando pela janela, vejo que o mundo vai, e não pára. Pessoas que não se cumprimentam. Gentileza? Nenhuma.
O gordinho (que se apresentou como Joyce) é um, apenas um. Não, ele é um. Um dentre tantos.









"Amor, palavra que liberta, já dizia o profeta".

Complementaridade

"Tudo na natureza possui comportamento dual".
Ao ouvir isso, pensar que é verdade torna-se até óbvio.
Não somos apenas partículas-onda (com nossas "massas gigantescas"). Nossa dualidade vai além, muito além, disso.

(Ah, as máscaras da tragédia e da comédia... Escondem aquilo que querem mostrar)

Todos são duais. Dualidades que escondem quem somos, muitas vezes, até de nós mesmos. Somos como palhaços no picadeiro da vida, escondendo por vezes o que sentimos atrás de um sorriso.
Nunca somos verdadeiros.









[E a aula de física moderna nunca pareceu fazer tanto sentido...]