sexta-feira, 19 de junho de 2009

O impulso ainda pulsa.

Impulso que me doma, me faz dizer o que não podia, crer no que não devia, agir como jamais ousaria. Impulso que me move, que traz à tona meus anseios e angústias, que faz com que, por um momento, eu tenha atitudes que sempre me policiei tanto pra não ter.
Impulso que me arranca as palavras da boca, palavras essas que às vezes ferem, às vezes elogiam, às vezes iludem, às vezes destroem, às vezes supreendem.
Mas piores são aquelas que expressam apenas verdades. Verdades essas que deveriam ser um segredo trancado eternamente, mas que, no tempo de um suspiro, saem como pássaros que anseavam por liberdade. Ah, são essas as verdades que tanto me comprometem, que tanto me fazem ter tanto zelo pelo que digo. Que fazem com que eu queira que, apenas por um momento, eu pudesse voltar no tempo e fazê-las voltar pra o local de onde nunca deviam ter saído.
Mas, o que seria do mundo sem o impulso? Tantas verdades ficariam caladas, trancadas apenas em um coração que, talvez, não mais suporte ter que guardá-las consigo. Tantos beijos de amor sinceros e inesperados seriam contidos, freados simplesmente porque se acha que eles não devem acontecer. Tantas respostas que não seriam dadas apenas pelo fato de que elas podem magoar alguém, mas que magoam muito mais quem não as diz. Tantos gritos seriam sufocados, apenas por serem incovenientes, inadequados.
O impulso é o que move a vida, é o que faz com que pequenos atos possam mudar uma história, um destino. Saber controlar a impulsividade é um dom, mas saber deixá-la fluir livremente de vez em quando é uma virtude.

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