- Ai, mais um dia daqueles
- que dá vontade de mostrar pro mundo o quanto eu sou louca
- cansativos, muito sansativos. Se ao menos as pessoas
- pudessem entender que os monstros estão aqui. Já tentei de tudo para que
- vissem o quanto me esforço, o quanto sofro. Desse jeito, só espero...
- me desespero, aliás. Louca, isso que você é.
- E loucamente espero que algum dia você possa parar com isso. Pode parar com isso?
- Por que? Vontade de não se ver refletida no espelho dos próprios olhos ou apenas
- Orgulho, fere meu orgulho ver você falando assim. Até parece que estou mesmo
- L-O-U-C-A! Olha nesses olhos, vê ou só enxerga?
- Sai daqui, sai daqui. Transtorno bipolar, é o que dizem.
- Quem diz? Os médicos, os colegas, os outros? Tão loucos quanto.
- Mal sabem o quanto gasto com remédios, e prefiro que continuem sem saber.
- Mal sabes tu os monstros que eles guardam dentro daqueles sorrisos plásticos, cabelos macios e dentes impecáveis.
- Monstra, monstra, sai daqui. Componha-se, componha-se.
- Sabe, não sei quem é a mais louca de nós duas.
- Não sou louca. Não sou louca. Não sou louca.
- Já imaginou se ficam sabendo?
- Não há o que saber.
- Estou certa, de novo. Sabe, "aceita tua loucura antes que seja tarde demais".
- Li isso um dia. Besteira.
- Talvez, pra você, seja tarde demais. Não precisa mais aceitar a loucura. Ela já é parte de você, e nada pode ser feito.
- Onde está a porcaria da caixa.
- A caixa com a tarja preta, parece com a que está sobre seus olhos, sobre os olhos deles, sobre os olhos de todos.
- É cura.
- Loucura, eu diria.
- A mulher séria, compenetrada, amável e simpática.
- A mulher dissimulada, fingida, cínica e medrosa.
- Medo de que pensem besteira, que achem que descobriram algo.
- Medo de descobrir as besteiras que pensa.
- Bobagem, tudo isso.
- E nunca falou tão sério na vida.
- Estou louca.
- Estamos loucas.
- Estão loucos.
- Loucura é um estado em que nos encontramos perdidas.
- Não me entrego.
- Não precisa. Ela já te possui.
- Aí grito, meio louca, meio rouca, meu Deus, meu Deus, me salve de mim!
- que dá vontade de mostrar pro mundo o quanto eu sou louca
- cansativos, muito sansativos. Se ao menos as pessoas
- pudessem entender que os monstros estão aqui. Já tentei de tudo para que
- vissem o quanto me esforço, o quanto sofro. Desse jeito, só espero...
- me desespero, aliás. Louca, isso que você é.
- E loucamente espero que algum dia você possa parar com isso. Pode parar com isso?
- Por que? Vontade de não se ver refletida no espelho dos próprios olhos ou apenas
- Orgulho, fere meu orgulho ver você falando assim. Até parece que estou mesmo
- L-O-U-C-A! Olha nesses olhos, vê ou só enxerga?
- Sai daqui, sai daqui. Transtorno bipolar, é o que dizem.
- Quem diz? Os médicos, os colegas, os outros? Tão loucos quanto.
- Mal sabem o quanto gasto com remédios, e prefiro que continuem sem saber.
- Mal sabes tu os monstros que eles guardam dentro daqueles sorrisos plásticos, cabelos macios e dentes impecáveis.
- Monstra, monstra, sai daqui. Componha-se, componha-se.
- Sabe, não sei quem é a mais louca de nós duas.
- Não sou louca. Não sou louca. Não sou louca.
- Já imaginou se ficam sabendo?
- Não há o que saber.
- Estou certa, de novo. Sabe, "aceita tua loucura antes que seja tarde demais".
- Li isso um dia. Besteira.
- Talvez, pra você, seja tarde demais. Não precisa mais aceitar a loucura. Ela já é parte de você, e nada pode ser feito.
- Onde está a porcaria da caixa.
- A caixa com a tarja preta, parece com a que está sobre seus olhos, sobre os olhos deles, sobre os olhos de todos.
- É cura.
- Loucura, eu diria.
- A mulher séria, compenetrada, amável e simpática.
- A mulher dissimulada, fingida, cínica e medrosa.
- Medo de que pensem besteira, que achem que descobriram algo.
- Medo de descobrir as besteiras que pensa.
- Bobagem, tudo isso.
- E nunca falou tão sério na vida.
- Estou louca.
- Estamos loucas.
- Estão loucos.
- Loucura é um estado em que nos encontramos perdidas.
- Não me entrego.
- Não precisa. Ela já te possui.
- Aí grito, meio louca, meio rouca, meu Deus, meu Deus, me salve de mim!