sexta-feira, 16 de abril de 2010

(des)ato.

A vida, ultimamente, está que nem um teatro. Aliás, sempre é assim, eu sei, mas, por esses dias, anda tudo bem mais intenso (e tenso). As cortinas se abrem, a personagem entra, atua, sai, as cortinas fecham. As cortinas se abrem de novo, entra outra personagem, dá seu show, sai, as cortinas fecham. Depois, abrem-se de novo, mais uma personagem entra... E assim, eu, elas, nós vamos seguindo, nessa sucessão de abrir e fechar de cortinas de entrar e sair de personagens, todas eu, mas nenhuma eu plenamente. Partes do todo, cada uma se mostrando na sua hora.
Às vezes, mais de uma entra em cena, às vezes uma quer permanecer por mais tempo, outra não quer aparecer, e assim eu sigo sendo esse misto de todas, guardando uma por uma em mim, partes do que eu sou. Eu só queria, uma vez que fosse, conseguir fazer todas atuarem juntas, em perfeita harmonia, equilibrando o espetáculo, cada uma a seu (e a meu) modo. Mas, talvez, o meu espetáculo completo seja essa sucessão de atos que cada personagem apresenta, fazendo o teatro que eu, aos trancos, tento viver.

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